segunda-feira, 5 de março de 2012

As nuvens de volta

 
Lá fora o céu encontra-se coberto de nuvens. Daquelas que todos os fotógrafos, principalmente os de paisagem, gostam. Estar em frente ao computador e olhar pela janela com condições destas torna-se doloroso e a ansiedade apodera-se de mim. O dia de trabalho termina mais cedo. Está adiantado e neste momento continuar a olhar para o ecrã já não tem qualquer efeito produtivo. Shutdown.

Mas para onde ir agora? Devia ter pensado nisto mais cedo, mas já é tarde para este tipo de análise. O melhor a fazer é tentar (re)visitar algum local que já conheça e possa ainda não ter explorado convenientemente. No carro, a caminho, logo decidirei para onde ir...

Como ainda tenho uns largos minutos até ao pôr do sol, volto a um local conhecido, mas não totalmente explorado. Cais de canoagem da Figueira da Foz, novamente, mas desta vez com uma luz diferente das visitas anteriores. E com nuvens.

É curioso como se conseguem descobrir novos motivos para fotografar, mesmo em locais que conhecemos, que nem sequer tínhamos reparado anteriormente. Logo à entrada deparo-me com um cenário que pode dar uma boa composição. A luz está baixa e agradável. Encosto o carro e preparo o material fotográfico.

Na máquina levo encaixada a objetiva mais angular que tenho, a Canon 17-40mm. Muitos queixam-se da sua qualidade, ou da falta de parte dela. Eu adoro-a. Ainda não consegui perceber muito bem porque se lamentam algumas pessoas. Talvez seja eu que não perceba muito disto. É uma forte possibilidade.

À minha frente tenho imenso verde, uma flor de pé alto de tom alaranjado, água e nuvens. Todos os ingredientes que preciso para tentar cozinhar alguma coisa de jeito. O sol está a desaparecer no meu lado direito, a posição ideal para tirar partido do filtro polarizador. Com ele vou poder saturar um pouco as cores, aumentar o contraste no céu e controlar o reflexo na água. Preciso também de um ND 0.6 Gradiente, por forma a reter mais informação do céu, ou seja, de equilibrar a exposição em toda a imagem.

Registo o momento e gosto do resultado. As cores, a luz lateral, as nuvens no céu, tudo conjugado mais parece um quadro. Nem a brisa, já um pouco fresca, que corre me perturba. Neste momento estou concentrado e quero aproveitar ao máximo o tempero deixado por S. Pedro. Depois de vários dias sem nuvens, oferece esta prenda.

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